A contagem do tempo
Datar o tempo é um costume muito antigo, que vem dos povos primitivos. Eles precisavam fazer isso para celebrar festas religiosas e, principalmente, para saber a época certa do plantio e da colheita.
O período normalmente utilizado para a fixação de datas é o ano, o qual se subdivide em meses, semanas e dias. O ano pode ser calculado de duas maneiras. A forma mais antiga baseava-se nas fases da Lua, que se completam a cada 28 dias; o calendário resultante desse sistema é o lunar, cuja duração é de 354 dias.
Mais tarde, surgiu o calendário solar, de 365 dias, baseado no movimento de translação (realizado pela Terra em torno do Sol). Os calendários tradicionais dos povos do Oriente (Ásia) são lunares; mas no Mundo Ocidental, cuja civilização provém dos gregos e dos romanos, adota-se o calendário solar.
O ano que hoje se adota universalmente surgiu na Roma Antiga. Inicialmente, os romanos dividiam o ano em dez meses, começando em março e terminando em dezembro (por isso temos ainda hoje os nomes de setembro, outubro, novembro e dezembro); a duração dos meses variava entre 16 e 36 dias. Mais tarde, acrescentaram-se os meses de janeiro e fevereiro.
O ano continuou a começar em março; sete meses ficaram com 30 dias e cinco com 31.
Em 46 a.C., o imperador Júlio César modificou o calendário romano, criando o calendário juliano. O ano começaria em janeiro e, a cada quatro anos, haveria um ano bissexto de 366 dias. O mês quintilis foi denominado julius (julho) em homenagem a Júlio César; o mesmo aconteceria depois ao mês sextilis, chamado de augustus (agosto), em honra ao imperador Augusto. Quintilis e sextilis tinham 30 dias, mas julius e augustus ficaram com 31, sendo fevereiro reduzido a 28 dias.
O calendário juliano apresentava uma defasagem em relação ao movimento de translação. Em 1582, quando essa diferença já era de dez dias, o papa Gregório XIII atualizou o calendário de Júlio César para compatibilizá-lo com o ano solar, assim, nos países que seguiam a religião católica, o ano de 1562 iniciou-se em 11 de janeiro. Mas os Estados protestantes e católicos ortodoxos relutaram muito em aceitar o calendário gregoriano. Os últimos a fazê-lo foram a Rússia (1917) e a Grécia (1922).
Desde a Idade Antiga houve necessidade de contar a passagem dos anos para estabelecer a idade das pessoas, os reinados dos soberanos ou os principais acontecimentos históricos. Para tanto, cada povo criou um sistema próprio de fixação de datas. O critério que veio a se universalizar tomava como base o nascimento de Cristo, o qual teria ocorrido no ano 1 da Era Cristã (1 d.C.). A partir dessa data, a contagem dos anos é crescente, reservando-se a numeração decrescente para o período anterior ao nascimento de Jesus (a.C.).
E por que os dias da semana se chamam feiras na língua portuguesa? Porque, nos primeiros tempos do cristianismo, as comemorações da Páscoa duravam uma semana; assim, cada dia daquele período era uma feria (feriado). As comemorações tinham início no domingo anterior à Páscoa, o qual era chamado de feria prima (ou primeira-feira). Os dias seguintes seriam, portanto, segunda-feira, terça-feira etc. Entretanto, a feria prima e a feria septima foram transformadas respectivamente em domingo e sábado: domingo vem de dominica (dia do Senhor, para os cristãos) e marca o começo da semana; sábado vem de shabat (dia sagrado dos judeus), bastante citado no Velho Testamento.
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