Escola do Mar

No início da década de 1980 o tema de preservação ambiental ainda não era tão difundido, mas os alunos do Colégio Objetivo já manifestavam preocupação com a sobrevivência da natureza. Os professores criaram então o POEMA (Programa Objetivo do Ensino do Meio Ambiente), voltado aos alunos do Ensino Médio. O primeiro passo do programa foi adicionar ao currículo do Ensino Médio a disciplina Ecologia. Na sequência, vieram as escolas ambientais.

A primeira escola ecológica, lançada pelo Objetivo em 1987, foi batizada de Projeto Paranoá. A bordo do aerobarco projetado pelos estudantes de Engenharia das Faculdades Objetivo – que um ano depois se tornaria Universidade Paulista-UNIP –, os alunos do Ensino Médio coletavam amostras da água para realizar estudos nos laboratórios da escola e elaborar relatórios com vistas à despoluição do lago.

Em 1988, em meio às ilhas da baía de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, nasceu a Escola do Mar. Em 1989 surgiu, sob a exuberância da Floresta Amazônica e às margens do Rio Negro, a Escola da Natureza.

Noções sobre Ciências do Mar e Meio Ambiente (Oceanografia, Biologia Marinha, Planctologia, Maricultura etc.) são oferecidas a alunos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio provenientes de todas as unidades do Objetivo do Brasil. E eles mergulham nos estudos de muitas maneiras. Na escuna de apoio os alunos navegam para pesquisar a biodiversidade existente em Angra. No manguezal encontram o berço das espécies marinhas. Caminhando, navegando ou mergulhando, os estudantes se deparam com animais como os caranguejos vermelhos, as tartarugas, as aves, os golfinhos saltitantes. Como cenário, as ilhas ladeadas pela bela Mata Atlântica.

Microscópios, projetores, computadores, kits de análise de água, mapas náuticos, enfim, equipamentos que dão suporte aos estudos dos jovens pesquisadores se encontram na sede da escola – uma charmosa construção erguida no século 18. Antes de sair ao mar, uma consulta na estação meteorológica para conhecer os sopros do vento.

Na sede acontecem reuniões, debates, aulas científicas ou de mergulho. Os alunos encontram dormitórios, refeitório, piscina e quadras de voleibol e de tênis. Como lazer, jogos, música e bate-papos sob a brisa marinha.

Na década de 1980 desembarcaram os primeiros jovens pesquisadores. Hoje, aportam os filhos deles. O brilho nos olhos é o mesmo. Ao final, o curso da vida sempre bate mais forte no coração de cada aluno que aprendeu com a sábia natureza, mestra na Escola do Mar.

Texto de Sandra Miessa